domingo, 15 de julho de 2007

A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO DO BRASIL



A Informática na Educação de que estamos tratando enfatiza o fato de o professor da disciplina curricular ter conhecimento sobre os potenciais educacionais do computador e ser capaz de alternar adequadamente atividades tradicionais de ensino-aprendizagem e atividades que usam o computador.
No entanto, a atividade de uso do computador pode ser feita tanto para continuar transmitindo a informação para o aluno e, portanto, para reforçar o processo instrucionista, quanto para criar condições de o aluno construir seu conhecimento.

Hoje, a utilização de computadores na Educação é muito mais diversificada, interessante e desafiadora, do que simplesmente a de transmitir informação ao aprendiz. O computador pode ser também utilizado para enriquecer ambientes de aprendizagem e auxiliar o aprendiz no processo de construção do seu conhecimento.

O termo “Informática na Educação” que apresentamos refere-se à inserção do computador no processo de ensino-aprendizagem de conteúdos curriculares de todos os níveis e modalidades de Educação. Uma vez isso posto, a primeira distinção que é necessário explicitar é que essa visão elimina o uso do computador para ensinar conteúdos de ciência da computação ou “Alfabetização em Informática”.

Quando o computador transmite informação para o aluno, o computador assume o papel de máquina de ensinar, e a abordagem pedagógica é a instrução auxiliada por ele. Essa abordagem tem suas raízes nos métodos tradicionais de ensino, porém, em vez da folha de instrução ou do livro de instrução, é usado o computador. Os softwares que implementam essa abordagem são os tutoriais e os de exercício-e-prática.
Quando o aluno usa o computador para construir o seu conhecimento, o computador passa a ser uma máquina para ser ensinada, propiciando condições para o aluno descrever a resolução de problemas, usando linguagens de programação, refletir sobre os resultados obtidos e depurar suas idéias por intermédio da busca de novos conteúdos e novas estratégias. Nesse caso, os softwares utilizados podem ser os softwares abertos de uso geral, como as linguagens de programação, sistemas de autoria de multimídia, ou aplicativos como processadores de texto, software para criação e manutenção de banco de dados. Em todos esses casos, o aluno usa o computador para resolver problemas ou realizar
tarefas como desenhar, escrever, calcular etc. A construção do conhecimento advém do fato de o aluno ter de buscar novos conteúdos e estratégias para incrementar o nível de conhecimento que já dispõe sobre o assunto que está sendo tratado via computador.

A abordagem que usa o computador como meio para transmitir a informação ao aluno mantém a prática pedagógica vigente. Na verdade, a máquina está sendo usada para informatizar os processos de ensino existentes. Isso tem facilitado a implantação do computador nas escolas, pois não quebra a dinâmica tradicional já adotada. Além disso, não exige muito investimento na formação do professor.
Para ser capaz de usar o computador nessa abordagem, basta ser capaz de inserir o disquete ou, quando muito, ser treinado nas técnicas de uso de cada software. No entanto, os resultados em termos da adequação dessa abordagem no preparo de cidadãos capazes de enfrentar as mudanças que a sociedade está passando são questionáveis. Tanto o ensino tradicional quanto sua informatização preparam um profissional obsoleto.

Por outro lado, o uso do computador na criação de ambientes de aprendizagem que enfatizam a construção do conhecimento apresenta enormes desafios. Primeiro, implica entender o computador como uma nova maneira de representar o conhecimento, provocando um redimensionamento dos conceitos já conhecidos e possibilitando a busca e compreensão de novas idéias e valores.


Criado por: DANIELLI SALES RODRIGUÊS

daniellisalesrod@gmail.com
professoradanielli@hotmail.com

http://daniellisales.blogspot.com
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A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E A EVOLUÇÃO DO COMPUTADOR NO BRASIL
A introdução da Informática na Educação, segundo a proposta de mudança pedagógica, como consta no programa brasileiro, exige uma formação bastante ampla e profunda dos educadores. Mais uma vez, a questão da formação do professor mostra-se de fundamental importância no processo de introdução da Informática na Educação, exigindo
soluções inovadoras e novas abordagens que fundamentem os cursos de formação.
A outra dificuldade é apresentada pela velocidade das mudanças da Informática, criando uma ampla gama de possibilidades de usos do computador, exigindo muito mais dessa formação do professor, o que acaba paralisando-o.
O Apple foi o microcomputador disseminado nas escolas dos Estados Unidos. No Brasil, embora existissem mais de 40 diferentes fabricantes de computadores do tipo Apple e muitos softwares e hardwares disponíveis, ele não foi adotado como o computador da Educação. A formação dos pesquisadores e dos professores das escolas acontecia nos centros de pesquisa e por intermédio de atividades realizadas conjuntamente, muito similar ao que acontece em um
processo de aprendizagem artesanal, do mestre com seus discípulos. As dificuldades de ordem educacional e técnica eram vencidas pela união de esforços dos especialistas de diferentes áreas da universidade e dos professores das escolas que dispunham da experiência de sala de aula.
A segunda fase do processo de formação pode ser caracterizada como a formação em massa e coincide com o aparecimento e disseminação dos microcomputadores MSX nas escolas brasileiras. Para tanto, era necessário formar professores das escolas, por intermédio dos cursos Formar e dos Centros de Informática Educativa (CIEd) montados nos Estados.
A simplicidade do MSX, e o fato de não dispor de muitas alternativas do ponto de vista de software, reduziu a questão do uso do computador na Educação em dois pólos: o uso do Logo ou de softwares educacionais, como jogos, tutoriais etc. Tendo o professor optado por um desses pólos, a formação e o domínio dessa abordagem educacional era gradativa e sem muitos percalços. Por exemplo, no caso do Logo, era só ligar o MSX que a Tartaruga aparecia na tela. Não era preciso enveredar por atalhos como sistemas operacionais, diferentes hardwares e softwares, e o professor podia se concentrar mais nas questões pedagógicas do
uso do computador na Educação.
Na verdade, a introdução da Informática na Educação, segundo a proposta de mudança pedagógica, como consta no programa brasileiro, exige uma formação bastante ampla e profunda do professor.
Mais uma vez, a questão da formação do professor mostra-se de fundamental importância no processo de introdução da Informática na Educação, exigindo soluções inovadoras e novas abordagens que fundamentem os cursos de formação. Além disso, não podemos colocar a responsabilidade da implantação da Informática na escola somente nas costas do professor.
A implantação da Informática, segundo uma abordagem inovadora de aprendizagem baseada na construção do conhecimento e não na memorização da informação, implica mudanças na escola que poderão ser realizadas se houver o envolvimento de toda a comunidade escolar – alunos, professores, supervisores, diretores e pais.


Um comentário:

Anônimo disse...

Professora, boa parte desse texto se encontra em um livro do Prof José Armando Valente. Caberia citá-lo, não...?